quarta-feira, 24 de novembro de 2010

" MEU CONTO DE FADAS É UM DOS FINALISTAS"

O mundo virtual nos leva a aceitar desafios que nós mesmos nos surpreendemos e foi  na Blogagem Coletiva "Meu personagem preferido" que me apaixonei pelo Fio de Ariadne. Quando lançou o II Concurso de Contos fiquei maravilhada, pois gosto de contar histórias e de escrever, mas nunca o fiz para um concurso. Peguei o selo do concurso e fiquei namorando, elaborando, consultando a amigos que me incentivaram e deixando a minha imaginação fluir para chegar ao conto que hoje está entre os seis finalistas. 

Esta semana o Fio de Ariadne está publicando desde 2a. feira  os seis contos selecionados no II Concurso de Contos.

O meu conto será publicado no sábado, dia 27, onde ficará aberto para  os meus amigos leitores  durante sete dias. Passem no Fio de Ariadne  para comentar e deixar suas notas.

"Ao final da avaliação será tirada uma média das notas para ser acrescida as notas dos jurados. Só poderão comentar leitores cadastrados no blogger e não serão aceitos comentários anônimos. Ajude a escolher o conto vencedor, escreva um breve comentário sobre cada conto e dê uma nota de 5 a 10. Atenção: notas sem comentários não serão computadas e os comentários só serão divulgados depois de encerrada a votação. E vale lembrar: o tema do concurso é Contos de Fadas."

O melhor conto receberá um exemplar do livro Contos de Fadas de Perault, Grimm, Andersen e Outros , da Editora Zahar, que é parceira do blog Fio de Ariadne no concurso.


Espero todos lá para prestigiar na avaliação e aqui está o o meu conto que foi um dos finalistas e que me deixou muito feliz.


* * * * * * *

O DIÁRIO

Michelle morava em Grasse, uma Cidade ao Sul da França e como arquiteta vivia sempre percorrendo as obras a fim de serem entregues no prazo e a contento de seus clientes. Estava a caminho de Plascassier onde começaria uma nova reforma. Era uma casa de campo e para fechar a lista de materiais precisava verificar as condições das madeiras dos pisos, móveis e armários porque poderiam estar danificadas tendo que serem trocadas.

Chegando já estava a sua espera o mestre de obras com o ajudante e iniciaram o passeio pelos cômodos da casa. Depois de um tempo Michelle chegou ao quarto principal e verificando a porta de um dos armários deparou com a última prateleira solta mostrando ao fundo um livro. Abaixou-se para pegá-lo e verificou se tratar de um diário que pela cor e desgaste já estava ali há algum tempo. Olhando mais de perto, depois de sacudir a poeira, não viu nada escrito em sua capa a não ser a data de 1961 gravada em dourado.

Abrindo começou a ler as primeiras linhas onde um jovem rapaz confessava estar apaixonado por uma senhora que tinha idade para ser sua mãe. “Conheço tantas senhoras lá no salão, mas esta tem um encanto especial que é mais que qualquer beleza. Baixinha e com uma história de vida que me lembra a cigana Esmeralda que se comoveu com a infelicidade do pavoroso Quasímodo. Hoje me vejo a frente de uma Rosa, um doce passarinho e não sei o que devo fazer porque quem acreditaria nesse amor?”...
- Sra. Michelle, chamou o mestre de obras a tirando de tão emocionante leitura.

Respondeu ao chamado e foi logo fechando o diário e guardando em sua bolsa. Ficou agitada e impressionada com o pouco que lera e mais ainda por serem declarações de um jovem rapaz. Deixaria para ler em casa com calma e fora dessa agitação que era constante em seu trabalho.

Chegando a casa, super cansada, foi logo tomar um banho para relaxar. Depois de um breve lanche dirigiu-se para o seu quarto. Apesar de todo o cansaço ela estava ansiosa para continuar a leitura do fascinante diário e assim o fez. Começando a ler de onde parou... "Estou preocupado porque sua saúde é frágil e soube que está hospitalizada. Como ela ficou feliz com a boneca grega que lhe dei e parece que gosta de mim também.” E assim Michelle continuou lendo linha por linha daquela história de amor. Em certos momentos o que lia era tão triste que enchiam seus olhos de lágrimas. A senhora que ele chamava de Rosa sofrera diversos acidentes de carro o que a levou a ser medicada com remédios fortes para não sentir dor. Com o tempo já não conseguia mais ficar sem eles por mais que tentassem impedir. Apaixonados um pelo outro, casaram-se apesar da diferença de idade, do escândalo que foi na época e agravado por ela ser uma cantora com um passado de vários percalços. Para todos foi difícil acreditar no amor de uma mulher adulta e famosa por um jovem grego, mas eles se amavam e isso que importava. Ele estava revoltado por ter sido chamado de aproveitador e como podia provar ao mundo que era verdadeiro esse seu amor.

O dia amanhecera e Michele adormeceu junto ao diário. O despertador tocou o que a fez levantar-se e cambaleando andou em direção ao banheiro. Parando na porta lembrou que era sábado e não tinha nada de importante em sua agenda. Em parte foi bom porque daria tempo de se entregar as declarações daquele diário anônimo.

Continuando a leitura foi vivendo as emoções que percorriam aquelas linhas. O rapaz chorava a morte de sua Rosa, de seu pequeno passarinho. Com o corpo já debilitado pelos acidentes sofridos e pelos fortes remédios ela não resistiu e acabou falecendo. Dizia sempre que não se arrependia de nada e que sua vida, suas alegrias estavam ali com ele.

Viveram um grande amor durante um ano. Restara a ele conviver com a imagem de inescrupuloso e oportunista por ter herdado uma fortuna, mas na verdade o que tinha pela frente era uma lista interminável de dívidas devido a enfermidade de sua amada. Em silêncio ele foi pagando como pode todas as dívidas até deixar totalmente limpo o seu nome e de sua mulher.

Na última página ele escreveu: Vivi esses anos em total silêncio e amanhã todos vão me ouvir e me dar razão. Qual o motivo que me prende mais a esta vida? O que mais me interessa se não posso compartilhá-la com o único amor da minha vida? Hoje me despeço dessa vida e o faço por você meu amor.”

Michelle estava aos prantos com o que acabara de ler - uma maravilhosa lição de amor que um jovem grego ensinara ao mundo. Ao fechar o diário observou que havia algo escrito e não conseguia entender direito, pois as letras estavam falhadas. O pouco que conseguiu decifrar foi a palavra "sarapo” que depois ficou sabendo que em grego queria dizer “eu te amo”.

Ler esse diário, além de mostrar uma grandiosa lição de amor, ensina que não devemos julgar pelas aparências, pelos preconceitos porque atrás deles poderá estar escondido, muitas vezes, o verdadeiro amor.


Autoria: Irene Moreira

"DIVULGUEM E REPASSEM AOS SEUS AMIGOS"
Obrigado!!!

“Nós vivemos dentro de um grande conto de fadas, do qual ninguém faz realmente ideia”.
(A garota das laranjas, p. 110).
Jostein Gaarder

Imagens google

7 comentários:

  1. Querida Irene, amiga querida!

    Repito-me aqui!
    Repetirei as vezes que forem necessárias.

    O conto é lindo. Tem tudo para saíres de lá com o prémio.
    Está muitíssimo bem escrito, flui naturalmente mas tem um enredo que prende até ao final!
    Tem ainda, uma lição enorme para quem julga friamente as relações dos outros sem as conhecer.
    Não há idade nem idades no amor.

    Triste foi o fim trágico que o jovem amante marido Grego decidiu para si.

    Adorei!
    Vou dar-te nota 10 e fazer-te um comentário comme il faut!

    Beijos

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  2. Gostei mt do que li e irei dar a minha opinião no blog de que fala.
    Beijo.
    isa.

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  3. Aguardo dia 27 pra te dar um DEZ, pois é a maior que posso dar.

    Teu conto é LINDO e sabes, sou tua fã de carteirinha!

    beijos,chica

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  4. Gostei do texto, da verdade e do conto, contado por si.

    Vim para a visitar! Não a esqueci!

    Beijos e uma boa tarde,

    Mª. Luísa

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  5. Vc merece ganhar amiga, um lindo conto, pode contar comigo.

    Bom fim de semana.

    beijooo.

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  6. Bom dia,

    Certamente a nota é DEZ; belo conto, com inspiração hem?

    beijos.

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  7. Oi Irene! Poxa, parabéns!! Nossa, uma das finalistas, caramba O.O
    Tudo de bom pra vc!

    Beijos!

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