Nos tempos de menina
Todas as tardes ficava
Com vovó no seu atelier
Observando sua costura
Ajudando para aprender.
No banquinho sentada
As costuras esfoliava
Tendo muito cuidado
Para não furar o dedo
Na puxada da agulha.
Vovó as clientes atendia
Suas medidas tirava
Para fazer o molde
E na fazenda riscar
Para com a tesoura cortar.
Queria usar a tesoura
Bonita e toda dentada
E a vovó não deixava
Dizendo ser de adulto
Para criança perigoso.
Para eu não ficar triste
Ganhei uma de presente
Que era bem diferente
Além de ser pequena
A sua ponta era redonda.
Hoje já sou adulta
E guardo comigo
As duas tesouras
Com todo carinho
Como lembrança
De nossas costuras.
Irene Moreira
"A infância tem as suas próprias maneiras de ver, pensar e sentir. Nada mais insensato que pretender substituí-las pelas nossas."
(Jean-Jacques Rousseau)
(Jean-Jacques Rousseau)
Tema: Objetos
Que lindo, amiga! Me emocionei! Lembrei de vovó e de mamãe :)
ResponderExcluirbeijo e ótimo final de semana!
Não conheci minha avó.
ResponderExcluirMas tenho certeza que costurava tbm.
Eu aprendi costurar com a minha mãe.
Então ela deve ter aprendido com a vó.
Como é bom recordar.
E são tão diferentes objetos que guardamos.
Sentimentos concretos.
Obrigada por participar Irene.
Vou lá ver teu outro cantinho.
Obrigada pelo convite.
Que linda poesia, Irene. Boas lembranças da infância, da avó. É tudo de bom!! Um ótimo sábado, bom final de semana, bjos no seu coração ;)
ResponderExcluirOs nossos avós sempre deixam um marco em nossas vida! Beleza de recordação.
ResponderExcluirAbraços.
Adorei! Guardo uma boneca que muito foi importante para a minha tia avó, hoje ela tem 94 anos e a boneca continua do mesmo jeito. Ela diz que quando vier a falecer, a boneca será minha...Nossa! Então ajudo-a a manter a boneca inteira...Adorei teu texto, parabens! Bjinhos
ResponderExcluirOi Irene
ResponderExcluirQue belezura de poema.
Infelizmente, não sei costurar, nem minha mãe sabe, não tenho conhecimento se minhas avós tinham esse dom.
Bjo