terça-feira, 1 de junho de 2010

" A VITRINE DE SONHOS ESCOLHEU ESTA HISTÓRIA" (II)


Isadora 



Riquezas
  
Lá ia Ela como passo apressado. O vento a soprar-lhe a face e volta e meia a embaralhar seu cabelo salpicado de pequenas margaridas brancas.

Embora apressada se permitia bailar de faixa em faixa. Ora no verde, ora no azul, por vezes no lilás. Percorria o arco-íris tencionando chegar ao final e encontrar o tão falado pote de ouro.

Já estava bem pertinho e podia ver o caldeirão, cinza chumbo, mas não avistou nada reluzente.

Quando, finalmente, chegou percebeu que não havia ouro, apenas um caminho de pedra, cujo final não podia ver, mas mesmo assim decidiu seguir e depois de tanto andar deparou-se com um casarão margeado pelo jardim mais belo que já tinha visto. Por ali viu flores até então desconhecidas.


Já na porta notou que não havia campainha e resolveu bater. Uma voz que vinha do interior disse:

- Pode entrar, a porta está aberta.


Ela entrou ressabiada, mas logo o medo desvaneceu. Sentada ao fundo, em uma poltrona, viu uma senhora que aparentemente contava com muitos anos. O que mais chamou a sua atenção foi que o lugar era tomado pelo branco, exceto pela poltrona roxa e pelas grossas linhas coloridas dos novelos de lã. E assim, em meio ao branco sentiu a sensação de paz percorrer seu corpo. Ainda envolta nessa aura foi chamada a realidade, pela voz aveludada.

- No que posso ajudá-la? – Perguntou à senhora


- Bem é que segui o arco-íris achando que no final encontraria o pote de ouro, porém a única coisa que encontrei foi o caminho de pedra que me trouxe até aqui.


- Ah, minha filha, eu já estou acostumada com isso, mas que bom que você chegou até aqui. Alguns chagando ao final e não encontrando o pote de ouro apenas dão meia volta.

- Mas onde está o pote de ouro?


- Essa pergunta é fácil responder. Está com você.


- Comigo? Posso lhe assegurar que não tenho nenhum pote de ouro.


- Tem sim, minha filha, apenas não está sabendo olhar e é por isso que eu estou aqui, para ajudar. O seu pote de ouro nunca saiu do seu lado. O que acontece é que todos os que chegam até o final esperam encontrar riquezas materiais, porém a riqueza que se encontra dentro do pote é outra.


- Desculpe senhora, mas eu não estou entendendo.


- Vou explicar. Você chegou até aqui e se surpreendeu por não encontrar a riqueza, o ouro, mas a riqueza que realmente importa é a que você tem e não consegue perceber. É a riqueza dos bons sentimentos que carregamos dentro de nós. Por isso precisamos apurar o olhar para que possamos então reconhecê-los como riqueza.


A menina entendendo o que a senhora queria lhe dizer, sorriu, estalou um beijo em sua bochecha e fez, calmamente, o caminho de volta.


Se tiverem chegado até o final do conto, lhes sugiro escutar essa versão de Somewhere Over The Rainbow. Simplesmente linda!




"Com certeza, o sonho do amor verdadeiro... Aquele amor de mãe, aquele amor incondicional, aquele amor sem paixão. Muitas pessoas dizem amar, mas quem verdadeiramente ama, que aceita o outro como é, que o deixa livre também para amar, sem possessividades, sem ciumes, sem compromisso? O amor verdadeiro é um sonho..."

i

(Imagens da NET)

6 comentários:

  1. Linda e emocionante escolha,Irene!beijos,chica

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  2. Oi Irene, obrigada pelo carinho e pelo incentivo. É engraçado lermos algo que escrevemos fora do contexto do nosso próprio cantinho.
    Adorei ver a história escrita com tanto carinho aqui.
    Um grande beijo

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  3. Lindo texto!
    é tão dificil perceber que as riquezas já estão conosco!

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  4. Oi amiga, vim oferecer o meu selinho de 120 mil visitas e o selo Amidade Sincera.
    Beijinhos!
    Olímpia ♥

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  5. Um encanto de história embalada por uma canção gostosa de ser ouvida. Bjos.

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  6. Passei por aqui para deixar o meu abraço.
    Cada momento vivido, uma nova alegria conquistada.
    sandra

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